Os fãs brasileiros de jogos de tiro não perdem por esperar.
Os personagens de Call of Duty aprenderam português, e a partir de 13 de
novembro, quando chega ao Brasil 'Call of Duty: Black Ops 2', será possível
ouvir frases como "Vou comer sua cabeça com farofa", proferidas pela
líder dos zumbis, Misty, na voz da atriz Cacau Melo, uma das dubladoras para a
verão em português do game da Activision. A distribuidora norte-americana de
jogos eletrônicos está decidida a conquistar ainda mais adeptos no país, e, a
partir de agora, pretende fazer versões com dublagem de brasileiros para todas
as futuras versões da série.
Cacau, mais acostumada à TV, não esperava que o texto para
videogames pudesse ser tão coloquial. "Não fazia ideia da dimensão de
liberdade de criação que os roteiristas e tradutores têm. Ainda mais sendo um
jogo desse porte, que alcança milhões de fãs no mundo inteiro", disse.
Para o veterano dublador Carlos Seidl (Harper) a maior
surpresa foi poder falar palavrões durante a dublagem. "Nos filmes de tevê
aberta, temos limitações, pois atingimos espectadores de todas as idades. Como
o jogo é dirigido ao público maior de 18 anos, tive liberdade de gritar: 'que
m...', em vez de 'que droga'. Quem fala 'que droga' quando leva um tiro?",
pondera o ator.
Julio Monjardim, que interpretou o personagem Farid e também
foi um dos responsáveis pela direção de dublagem, ressalta, porém, que todas as
falas estão dentro do roteiro. "Evitamos os cacos (falas improvisadas). Em
um filme um caco engraçado pode funcionar bem, porque você vai demorar a ouvir
aquela fala de novo. Em um game você vai ouvir as mesmas falas todas as vezes
que for jogar e em todas as mudanças de fases. Ficaria cansativo", afirma
Monjardim.
A experiência do jogador na versão dublada promete ser
divertida ou até hilária, dependendo das situações. Na parte do jogo que se
passa na década de 70, as gírias em inglês foram substituídas por expressões
como 'chuchu beleza', 'morô', 'sacou', coisas faladas no Brasil naquele
período.
Segundo Max Morais, gerente de marketing da Activision,
outra preocupação dos produtores foi tornar o produto inteligível para todas as
regiões do país, sem ruídos com o sotaque. "Indicamos profissionais que
tivessem sotaque neutro", explica. "O que buscamos com a dublagem é
que o nosso jogador não tenha mais distrações com as legendas e se preocupe
unicamente em apertar o gatilho. Assim, ele terá muito mais interação e imersão
no jogo".
O game em estilo FPS, first-person shooter (jogo de tiro em
primeira pessoa, no qual o jogador controla um personagem livremente pelo
cenário, carregando armas de fogo) que se passa em uma guerra global no ano de
2025, não é o único da Activision que foi traduzido para o
Português-Brasileiro. Em 22 de novembro o jogo infantil Skylanders Giants com
classificação etária livre e público alvo de seis a 14 anos também chegará às
prateleiras em versão brasileira, adianta Morais.
Fonte: Veja/Abril
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